TERCEIRA PESSOA
Pode parecer estranho, mas eu adoro contar as minhas
histórias de vida na terceira pessoa. Não sei explicar, é algo involuntário.
Mas é claro que eu faço isso só dentro da minha cabeça, raramente falo na
terceira pessoa para alguém que estou contando algum fato da minha vida.
Não posso deixar de admitir que as histórias ficam muito
mais interessante quando contadas na terceira pessoa. Dá um tom de entusiasmo –
Admiro fulano por causa das atitudes que ele toma, o jeito que se comporta, a paciência
que tem para lidar com as pessoas e é inteligente –pelo menos pra mim dá.
Por outro lado há quem prefira falar de si na primeira
pessoa, de expor sua autoestima e felicidade. Tem gente que sabe fazer isso sem
parecer soberbo, de um jeito sutil, que te faz sentir feliz por aquela pessoa e
talvez até um pouco de inveja, não aquela inveja má, mas sim aquela inveja boa
de querer fazer parecido tão bom quanto.
Há também quem tem o ego muito elevado e adora
vangloriar-se, sentir-se melhor do que qualquer um. Esse provavelmente é aquele
tipo de pessoa que vai contando um fato da vida e olhando para o rosto do
ouvinte pra tentar captar algum sinal de que ele está sentindo inveja, mas na
verdade mal sabe que o que passa dentro da cabeça do ouvinte é outra coisa –
Nossa que cara mais mesquinho, por favor, manda esse sujeito ficar quieto que eu não estou mais aguentando
– eu não posso mentir, penso isso também e ainda interrompo a história com um:
Professor, posso ir ao banheiro?.
Francad
07/07/2015
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